Femicídio e feminicídio são palavras que ainda não estão registadas[*] nos dicionários da língua portuguesa.
Femicídio poderá aplicar-se em relação às fêmeas em geral. Em relação às mulheres, deveremos usar a forma culta feminicídio para que haja alguma distinção.
Não devemos esquecer que a palavra homicídio não diz respeito apenas ao ser humano masculino, mas aos seres humanos em geral.
Para a morte intencional da esposa já existe o vocábulo uxoricídio.
Lembramos que os neologismos só entram nos dicionários quando os dicionaristas os consideram correntes e funcionais.
[* N. E. (16/07/2020) – Entretanto, à data de redação da presente nota, a forma feminicídio já tem registo no Dicionário Infopédia (Porto Editora) e no Dicionário Priberam. Ambos os dicionários consignam ainda a variante femicídio, mas, enquanto a Infopédia remete esta forma para feminicídio, a que dá primazia, no Priberam as variantes têm remissões mútuas, sem indicação preferencial. Do ponto de vista etimológico, feminicídio é mais coerente por não truncar o radical de origem latina femin- (cf. A monstruosa atualidade da palavra feminicídio em Portugal, o vocábulo do ano 2018 em Angola e o plágio na Internet). Feminicídio é também forma aceite na expressão jornalística – cf. na página Clube de Jornalistas, em 16/07/2020, o parágrafo "Palavras mediáticas: do 'drama familiar' ao 'feminicídio'" ], que remete para um artigo em francês intitulado "Mots médiatiques: du 'drame familial' au 'féminicide'", in Acrimed – Observatoire des médias: action, critique, médias, 15/07/2020.]