Com efeito, as 3.as pessoas do plural de ter e vir (têm, vêm) são pronunciadas aproximadamente como [teieim], [veieim], de acordo com a pronúncia-padrão de Portugal. As formas do singular (tem, vem) já se pronunciam de forma diferente (note-se a ausência de acento circunflexo): [teim], [veim].1
Quanto às formas lêem, vêem, dos verbos ler e ver, a sua pronúncia é distinta (assim como a grafia, já que estas palavras se escrevem com dois e): [lêeim], [vêeim].
As formas de 3.ª pessoa do singular, no presente do indicativo (lê, vê), pronunciam-se tal e qual, isto é, com o chamado «é fechado»: [lê], [vê]. A pronúncia das formas de 1.ª pessoa dos mesmos verbos no pretérito perfeito simples (li, vi) é diferente: [li], [vi].
No caso do verbo dar, as formas dê [dê] e dêem [dêeim] pronunciam-se como as formas lê e lêem do verbo ler, mas não correspondem, como estas últimas, ao presente do indicativo (que é dá, dão), tratando-se, antes, do imperativo ou do presente do conjuntivo.
Com o verbo crer, temos, no presente do indicativo, crê [crê] e crêem [crêeim] — como em ler.
Por conseguinte:
O e em fim de palavra, com acento circunflexo, tem sempre o som [ê].
Se o e for seguido de um m, transforma-se no ditongo nasal [eim].
Se o e seguido de m tiver acento circunflexo, a pronúncia será [eieim].
Quando temos dois e, seguidos de m, pronunciamos um [ê] seguido de um ditongo nasal: [êeim].
1 A rigor, no português-padrão, os ditongos em causa soam [ãim-ãim] e [ãim].