A forma webgrafia encontra alguns problemas. Há cerca de seis anos, defendeu-se no Ciberdúvidas formas como webibliografia, mas com bastantes reservas. No entanto, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (disponível na Infopédia) regista webgrafia, com o significado de «lista de sítios e recursos disponíveis na internet para pesquisa de informação sobre um determinado tema ou assunto». Além disso, a palavra está cada vez mais em uso.
Mesmo assim, pode objetar-se que ela se vê afetada pela sua incoerência morfológica, tendo em conta os elementos e os padrões tradicionais de formação de palavras em português, porque associa uma palavra inglesa, de origem germânica, a uma forma culta que inclui um elemento grego (-graf- do grego graphê, ês, «escrita, escrito, convenção, documento, descrição», Dicionário Houaiss). Acontece que a tradição gramatical do português considera inaceitáveis estes compostos. Além disso, a palavra é também incoerente do ponto de vista ortográfico porque apresenta uma sequência que, além de não constituir um nome próprio, é característica da ortografia do inglês, e não do português.
Em suma, é uma forma cuja frequência de uso tem aumentado, mas que, dados os problemas apontados, pode encontrar resistências em certos meios. Não podemos por enquanto recomendá-la. Em seu lugar, use-se bibliografia, conforme se justifica em resposta anterior.