Nas fontes consultadas1, não encontrámos nem o registo da expressão idiomática «fazer/ter algo de sete em pipa», nem informações sobre a sua origem.
Decerto que a sua origem estará relacionada com a simbologia do número sete — «os sete dias da criação, os sete planetas, os sete graus da perfeição, as sete esferas ou graus celestes, as sete pétalas da rosa» (Jean Chevalier e Alain Gheerrant, Dicionário dos Símbolos, Lisboa, Editorial Teorema, 1994) —, como símbolo da totalidade, porque representa «um ciclo completo, uma perfeição dinâmica», indicando «o sentido de uma mudança depois de um ciclo concluído e de uma renovação positiva» (idem).
Por sua vez, pipa está associada a vinho, designando um reservatório para guardar o vinho que, se for encarado como medida, corresponderá a um «capacidade de 550 litros ou de 20 a 25 almudes» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2004). Assim, está aqui implícita a ideia de abundância associada a prazer.
1 Fontes: Orlando Neves, Dicionário de Expressões Correntes, Lisboa, Editorial Notícias, 1999; Orlando Neves, Dicionário das Origens das Frases Feitas, Porto, Lello & Irmão, 1992; Orlando Neves, Dicionário das Frases Feitas, Porto, Lello & Irmão, 1991; Sérgio Luís de Carvalho, Nas Bocas do Mundo, Lisboa, Planeta, 2010; R. Magalhães Júnior, Dicionário de Provérbios e Curiosidades, São Paulo, Editora Cultrix, 1960.