Convém transcrever todo contexto frásico da sequência:
«Mais alto ainda, recortando no radiante azul a miséria da sua muralha, era o Castelo, sórdido e tarimbeiro, donde outrora, ao som do hino tocado em fagotes, descia a tropa de calça branca a fazer a bernarda!»
Trata-se de uma frase do último capítulo de Os Maias, por meio da qual se constrói o cenário do reencontro das personagens Carlos da Maia e Ega em 1887.
Em relação à expressão «fazer a bernarda», esta significa o seguinte (Dicionário Houaiss):
1 Rubrica: história.
movimento revolucionário ocorrido em Braga (Portugal) em 1862
Obs.: inicial maiúsc.
2 Derivação: por extensão de sentido. Uso: informal.
insurreição popular; motim, desordem»
Desta forma, a frase descreve o Castelo de Lisboa, associando-o à memória (daí o advérbio outrora) dos frequentes pronunciamentos militares (e daí a expressão «fazer a bernarda») que perturbaram a vida política de Portugal e da sua capital até por volta de 1850 (e mesmo depois).