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Textos publicados pela autora

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O significado de indispor

Pergunta: Gostaria de saber se posso utilizar o termo indispor como sinónimo de «não ter». Por exemplo, «indispomos de previsão de...» = «Não temos previsão de...», a fim de evitar discurso negativo na escrita de e-mails. Obrigado!Resposta: Ao verbo indispor não se atribui o significado de «não dispor» ou «não ter», mas, sim, genericamente o de «dispor mal». Com efeito, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define este verbo como...

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Contração ou não: «em nome de», «no nome de»

Pergunta: Sabemos que a contração entre artigo e preposição é um recurso bastante utilizado na língua portuguesa. Por exemplo, a preposição em associada aos artigos o e a pode resultar nos termos no e na, respectivamente. Contudo, ultimamente tenho observado a não utilização deste recurso gramatical em alguns textos e discursos, principalmente antecedendo a expressão «nome de», com o sentido de representar algo ou...

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«De coração»; sintagma preposicional classificador

Pergunta: Gostaria de saber se, na expressão «abraço de coração», a parte «de coração» é uma  locução adjetiva que significa «cardíaco». Obrigado!Resposta: A forma «de coração» na expressão «abraço de coração» não é uma locução adjetiva, mas antes um sintagma preposicional classificador1 constituído pela preposição de e pelo substantivo masculino coração. Contudo o sintagma funciona como expressão fixa, equivalente a «de todo o coração», ou seja, «com todo o prazer»,...

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A expressão «um dito»/«uma dita»

Pergunta: Em jornais de 1834-1884, neste período, se encontra, com frequência, a expressão «uma dita de livros», «uma dita de mandioca», «uma dita de micelaneas». A minha pergunta é o que é «uma dita», qual é a sua medida? É uma parte, é uma dúzia, é uma caixa?Resposta: A expressão «uma dita» não é uma unidade de medida, mas uma forma de retomar uma palavra já proferida em discurso (oral ou escrito). Veja-se, como exemplo, o excerto da biografia de José Maria Correia Costa Frias, datada de 1884 (Almeida Pinto,...

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«Acordo amigável»

Pergunta: A expressão «acordo amigável» consiste em vício de linguagem (pleonasmo vicioso), ou seu uso é aceitável?Resposta: A expressão «acordo amigável» é de uso frequente no meio forense. No entanto, do ponto da vista da norma linguística, é de facto uma redundância viciosa, já que o adjetivo amigável, que significa «de mútuo consentimento», reitera a ideia de consentimento contida no substantivo acordo. Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português...
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