Pergunta:
Qual é o colectivo de rapazes e raparigas?
Resposta:
Pode usar-se como colectivo de rapazes e raparigas o termo rancho e, como colectivo de rapazes, os termos rapazio e rapaziada.
Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa; mestrado em Ciências da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e doutoranda na mesma; professora na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra; larga experiência pedagógica no ensino politécnico (Escola Superior de Educação de Coimbra) onde lecionou várias disciplinas na área da Língua Portuguesa. Autora (ou em coautoria), entre outros livros, de Cuidado com a Língua!, Assim é que é falar! 201 perguntas, respostas e regras sobre o português falado e escrito, A Gramática – Português – 1.º Ciclo, A Gramática – Exercícios – 2.º ano, A Gramática – Exercícios – 3.º ano e A Gramática – Exercícios – 4. ano e Eu não dou erros!
Cf. 50 anos de carreira docente de Mª. Regina Rocha + 50 anos de docência de M.ª Regina Rocha assinalados pela Câmara Municipal de Coimbra + A linguagem e as expressões dos nomes de lugar + A elegância, a deselegância ou a «falsa sensação de elegância» na linguagem
Qual é o colectivo de rapazes e raparigas?
Pode usar-se como colectivo de rapazes e raparigas o termo rancho e, como colectivo de rapazes, os termos rapazio e rapaziada.
Em relação a uma pergunta do consulente Filinto Lapa, cuja resposta da autoria da nossa consultora Edite Prada já está em linha, recebemos da nossa consultora Maria Regina Rocha uma resposta que também nos pareceu valer a pena colocar em linha.
Ciberdúvidas
Na sequência de uma pergunta feita por uma professora, foi-lhe respondido que a oração "O João gosta de manga" é principal ou coordenante; ora aprendi que não podia ser principal, pois não há uma relação de dependência entre elas e também não pode ser coordenante, visto que o termo não existe, pelo menos nos dicionários que consultei.
Há uns tempos atrás, fiz essa mesma pergunta, tendo-me sido respondido que se poderia chamar-lhe coordenada inicial. Por outro lado, eu penso que lhe podemos atribuir o mesmo nome da segunda oração, como neste caso bem
evidente: (ou) Estás calado ou sais.
A dúvida que apresenta é muito pertinente.
Como sabe, a classificação de orações tem uma componente convencional que varia em função dos gramáticos e estudiosos da língua, tendo sofrido alterações ao longo do tempo. Considero, neste caso particular, que se deve seguir a perspectiva tradicional.
Assim, no caso que apresenta, classificaria de principal a primeira oração e de coordenada copulativa a segunda.
A primeira oração é a principal porque não é introduzida por qualquer partícula de ligação e não depende de outra, e, sobretudo, porque contém uma determinada ideia em relação à qual se liga a da oração que se lhe segue (por associação, por oposição, por disjunção ou como conclusão). A oração que se segue existe por referência àquela ideia base, àquela ideia primeira contida na oração principal.
No caso vertente, a ideia principal é a de que o João gosta de manga. Por contraste, o emissor resolveu acrescentar que ele não gosta de papaia. Mas o facto de não gostar de papaia, em si, não foi eleito pelo autor da frase como facto principal, mas, sim, como um facto que ele, complementarmente, associou ao primeiro por coordenação adversativa. Sintacticamente, não é a primeira oração que está coordenada à segunda, mas sim o contrário; daí que a primeira seja a principal e a segunda, sua coordenada.
Se se tratasse de um período em que houvesse duas orações ligadas por uma coordenação copulativa, também a primeira seria a principal. Consideremos, por exemplo, esta frase: «A menina subiu as escadas e abriu a porta.» Não é indiferente a ordem pela qual as orações se apresentam, pois a menina não abre a porta antes de subir as escadas.
Com as disjuntivas, a situação é idêntica. No exemplo que apresenta («Estás calado ou sais.») é nítida a ideia principal: o receptor dá a ordem ou faz a advertência de que alguém esteja calado. A essa ideia principal, o autor da frase acrescenta uma alternativa («Sais.»), ou seja, usa...
Gostaria que me confirmassem se se pode empregar indistintamente as palavras "viciado" e "vicioso". Por exemplo: "O argumento que você me dá é "viciado" ou é "vicioso".
No Dicionário da Academia das Ciências refere-se que as duas palavras são sinónimas.
Não, não se pode empregar indistintamente viciado e vicioso em todos os contextos.
É rara a sinonímia total e absoluta. Estes dois vocábulos, embora possam, eventualmente, ser utilizados como sinónimos (daí estarem registados como tal em dicionários), não têm uma identidade denotativa e conotativa total nem são comutáveis em todos os contextos, pelo que a sua eventual sinonímia é apenas parcial.
Vicioso é um termo proveniente do latim ‘vitiosu-’ e significa portador de vício, que tem vício na sua substância, na sua essência ou na sua génese, que tem defeito grave, corrupto, defeituoso; enquanto viciado é adjectivo verbal do verbo viciar, verbo este derivado de vício (do latim ‘vitiu-’), e que significa que se viciou ou foi viciado, corrompido, deformado, falsificado, deturpado.
Se se puserem os dois termos em paralelo, verifica-se que ao termo vicioso corresponde a noção de corrupto e falso, e a viciado, a de corrompido e falsificado.
Quanto à frase que apresenta, depende do contexto considerar o argumento como vicioso ou viciado. Alguns exemplos de emprego do termo vicioso: círculo vicioso, testamento vicioso, instintos viciosos, linguagem viciosa, viciosa filosofia, terras viciosas de África e de Ásia. Para terminar, uma abonação de Sílvio Romero, em A Filosofia no Brasil, cap. 9, p. 133, presente na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira: «... pensamento incompleto ou vicioso, que é por sua vez o parto dum cérebro viciado.»
Qual o colectivo de bode?
Os bodes fazem conjunto com as cabras, e, assim, o colectivo de bode é fato (gado caprino). Também se usam genericamente os termos rebanho e gado.
Pode-se usar o português falado ou escrito em Portugal como aqui no Brasil, como por exemplo: «João suicidou-se»?
Suicidar-se significa causar a morte a si próprio. Trata-se de um verbo pronominal reflexo, que se constrói precisamente como no exemplo que apresenta, quer em Portugal quer no Brasil.
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