Pergunta:
Gostaria de saber a explicação do provérbio «Quem vê cara não vê coração».
Resposta:
Para se compreender bem o provérbio «Quem vê caras não vê corações», importa analisar o que significam a cara e o coração, as duas palavras-chave desta frase.
A cara é uma parte do corpo humano que todos podem ver, que tem uma determinada aparência conferida pelo conjunto dos seus elementos (olhos, boca, nariz, maçãs do rosto, tom de pele, etc.) e que identifica o indivíduo. Além disso, a cara é um meio privilegiado de manifestação de sentimentos, estados de espírito, pensamentos: os olhos, as sobrancelhas, a testa, a boca podem assumir uma série de posições, realizar toda uma mímica reveladora do que a pessoa é, sente ou pensa. A própria boca, por si só, claro, também verbaliza o pensamento. Ora, apesar de a cara identificar o indivíduo, ela pode ser alterada, retocada, pintada e, por outro lado, uma cara fisicamente bonita não indicia forçosamente que a pessoa seja bela interiormente, ou seja, tenha bons sentimentos. Por outro lado, pela cara pode manifestar-se um sentimento que verdadeiramente não exista: há quem sorria e esteja triste; há quem assuma um ar sereno, apesar de estar zangado.
O coração é um órgão que está no interior do corpo humano, não sendo portanto visível (a não ser que estejamos numa mesa de operações...). É um órgão essencial, tradicionalmente associado à vida e aos sentimentos, à maneira de ser.
No provérbio pretende dizer-se que quem vê caras vê apenas o exterior, vê apenas a aparência, vê apenas o que está à mostra ou lhe querem mostrar, mas não vê corações, ou seja, não sabe o que a pessoa realmente pensa ou sente, não sabe, por exemplo, se a pessoa tem uma doença, pode não se aperceber até da verdadeira natureza, da verdadeira maneira de ser de quem está à sua frente.
Este provérbio pode ser utilizado em diversas situações. Dois exemplos: