Pergunta:
Estimados consultores, bem sei que já responderam a esta questão anteriormente, mas, como continuo com dúvidas, não posso deixar de vos convidar a responder novamente. Trata-se da expressão «massa crítica». Tenho ouvido esta expressão amiúde ultimamente, nos mais variados contextos do quotidiano (frequentemente em reuniões de negócios). Ninguém parece saber o que a expressão significa ao certo e parece bastante «plástica». Ora significa «conteúdo sobre o qual pensar» ora é usada, por exemplo, como sinónimo de «dimensão». Estas «novidades» não são novas, mas esta tem algum fundamento?
Obrigada e continuação de bom trabalho!
Resposta:
Numa resposta, Maria Regina Rocha define massa crítica aproximadamente como «pessoas que desenvolvem um pensamento próprio». No entanto, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, massa crítica é um termo da física nuclear que significa «a menor massa de um material físsil [= susceptível de fissão nuclear] capaz de manter uma reação nuclear em cadeia».
O Dicionário de Anglicismos e de Palavras Inglesas Correntes em Português (Rio de Janeiro, Elsevier, 2006), de Agenor Soares dos Santos, é mais esclarecedor, porque indica que massa crítica se trata da adaptação do inglês critical mass, cuja formação é explicada deste modo (foram desenvolvidas as abreviaturas do texto original):
«Expressão da Física que entrou para a língua comum, em sentido figurado, não dicionarizado no Brasil (também recente em inglês: 1972), bem expresso na seguinte passagem: "A primeira bomba atômica baseava-se no princípio de que, se você juntar quantidades suficientes de urânio-235, produzir-se-á uma reação em cadeia que levará à fissão nuclear e à explosão. Chama-se a isto massa crítica. Agora: junta as duas Alemanhas, elas formam uma massa crítica? E que tipo de reação será desencadeada?" (M. Scliar, Zero Hora, 1990). É um tamanho, número ou quantidade suficientemente grande para produzir o efeito desejado ou esperado, ou para que algo aconteça ou possa continuar [...]. A utilidade da expressão não deve levar ao exagero do economês em frases como a seguinte, em que ela pouco ou nada diz para o leitor comum: "O ministro do Planejamento negou a falta de transparência nos gastos (...), e enunciou que (...), `quando tivermos massa crítica´, será possível avaliar padrões de despesa (Folha de São Paulo, 2005; aspas do jornal).»
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