Pergunta:
Examine-se a seguinte frase:
«Confrontado com a verdade, o coronel finalmente se deu a conhecer.»
Peço a gentileza de que seja feita a análise sintática da oração «o coronel finalmente se deu a conhecer».
[...] [P]ergunto ainda se a expressão «deu a conhecer» em «Ele nos deu a conhecer o objeto da discussão» é uma locução verbal? Se não, como se analisariam sintaticamente os termos oracionais «nos» e «a conhecer»?
Obrigado.
Resposta:
Há, pelo menos, duas possibilidades de análise:
1. O Dicionário de Usos do Português do Brasil, de Francisco S. Borba (São Paulo, Editora Ática, 2002), regista como subentradas de dar, classificando-as como locuções, as expressões dar a conhecer, «revelar», e dar a entender, «insinuar», o que significa que se comportam como um todo, como expressões fixas. Nesse caso, a análise sintáctica considerará que, por exemplo, dar a conhecer é uma expressão verbal que, globalmente, desempenha determinada função sintáctica, ou seja, considerando os exemplos apresentados pelo consulente:
1. «O coronel finalmente se deu a conhecer»1
sujeito: «o coronel»
predicado: «finalmente se deu a conhecer»
adjunto adverbial ou modificador: «finalmente»
objecto directo: «se» (reflexo)
2. «Ele nos deu a conhecer o objecto da discussão.»
sujeito: «ele»
predicado: «nos deu a conhecer o objecto da discussão.»
objecto indirecto: «nos»
objecto directo: «o objeto de dicussão»
2. Uma alternativa é encarar a construção dar a + infinitivo como integrando uma estrutura oracional em que