Pergunta:
Como saber se o segundo elemento do adjectivo composto verde-musgo, azul-marinho e azul-celeste é na realidade nome ou substantivo? Que exercícios ou técnicas podemos adoptar para chegar a conclusão ou explicar que se trata de verdadeiros nomes? E porquê chamar a esses compostos de adjectivos compostos? Para terminar, no composto castanho-claro, a que classe morfológica pertence o segundo elemento?
Resposta:
Em verde-musgo, a palavra musgo desempenha o papel de substantivo (a palavra musgo é sempre substantivo), e, em azul-marinho e azul-celeste, marinho e celeste são adjectivos porque acrescentam uma característica, uma extensão ao tipo de azul.
Segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, nos adjectivos compostos apenas o último elemento recebe a forma de plural, excepto os adjectivos referentes a cores, que são invariáveis quando o segundo elemento da composição é um substantivo.
Assim, em verde-musgo, o plural do adjectivo é verde-musgo, uma vez que a palavra musgo só pode ser substantivo. Os compostos azul-marinho e azul-celeste podem ser nomes ou adjectivos. Como substantivos, o plural é azuis-celestes, azuis-marinhos; como adjectivos, o plural é azul-celestes, azul-marinhos. Podemos dizer que azul-marinho é um azul que é marinho, azul-celeste é um azul que é celeste; porém, não podemos dizer que verde-musgo é um verde que é musgo, mas sim que é um verde da cor do musgo.
No composto castanho-claro, a palavra claro é adjectivo porque acrescenta uma característica, uma extensão ao tipo de castanho. O plural do adjectivo é castanho-claros.