A V Cimeira da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa, que se realizou em São Tomé e Príncipe, de 26 a 28 de Julho p.p., aprovou finalmente o Acordo Ortográfico, que fora já ratificado pelos parlamentos de Cabo Verde, Brasil e Portugal.
Decorrido um período de transição ainda por regulamentar, os oito países de língua oficial portuguesa passarão, doravante, a reger-se por uma ortografia comum, independentemente da diversidade prosódica e semântica inerente ao português falado nos quatro cantos da lusofonia.
Pedra angular para uma tão necessária política concertada de língua da CPLP, para tal não basta, porém, a mera aprovação deste Acordo. Espera-se, por isso, que vá por diante, também, a prometida dinamização do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, sediado na Praia. Inoperante desde a sua criação em 1989, é urgente, por isso, que ele seja dotado de instrumentos financeiros e recursos humanos capazes da promoção, defesa e difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico e tecnológico, tal como decorre dos seus estatutos. São estes, em suma, os pressupostos mínimos de uma política de língua comum de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor.