«Não, Professor, foi horrível, tinha sido pai dias antes e, enquanto estive no país tropical,
tive angustiado a pensar o dia todo no meu filho e na minha mulher».
Opinião, Alexandre Real, OJE, n.º 1645, 20 de maio de 2014, p. 12
Aquele tive, pretérito perfeito do verbo ter, deveria – claro está – ser estive, pretérito perfeito do verbo estar. Ou seja, «estive angustiado», como, aliás, na mesma frase: «estive no país tropical». Para refletir um estado de espírito, como no caso, tal como antes para referir o facto de se ter estado num lugar, o verbo a utilizar é estar e não ter. É possível que – ademais por se tratar de uma transcrição de uma frase dita – seja uma corruptela advinda da oralidade, em que inadvertidamente se suprimiu a sílaba inicial (es) da forma verbal estive.