Há tempos, gerou-se, em Portugal, a polémica sobre um grupo musical que escreveu tasse que não era tasse, mas tá-se, que também não era tá-se mas está-se. Estes casos deixam ao rubro as redes sociais, ocupam-nas dias a fio, mas são rapidamente esquecidos na voragem da substituição.
Recentemente, outro do mesmo género relembrou-me aquele: o primeiro-ministro António Costa – ou alguém por ele, vá lá saber-se ao certo…– escreveu no seu Twitter: «Tive com BorutPahor […] e tivemos uma excelente e amigável reunião de trabalho.» (17/1/2018)
Pois é, nesta frase, tive e tivemos parecem pertencer ao mesmo verbo, o ter.
Por este andar, de episódio em episódio, protagonizados por pessoas com responsabilidades, o verbo estar começa a perder terreno e a parecer-se cada vez mais com o lince da serra da Malcata.
P.S. – Já agora, senhor primeiro-ministro, evite esse tropeção frequente na precaridade, sempre que se refere à precariedade – essa chaga nacional dos trabalhadores por conta de outrem!...