«Eu queria-lhes dizer que nós temos que olhar para o futuro».
Numa frase, duas incorrecções de quem a proferiu, o ministro da Saúde português Correia de Campos, num debate sobre o encerramento de maternidades no programa “Prós e Contras”, da RTP-1.
A primeira diz respeito à colocação do pronome e, a segunda, ao emprego de ter que em vez de ter de.
O pronome lhes deveria estar ligado ao verbo que o tem como complemento, que é o verbo dizer: «Eu queria dizer-lhes».
Quanto à expressão ter que, ela deverá empregar-se no sentido de «ter algo que», «ter algo para», como, por exemplo, «tenho que fazer» (= tenho coisas para fazer), «tenho muito que contar» (= tenho muitas coisas para contar). Quando se pretende exprimir a obrigação, o dever, é apropriada a construção ter de: «Tenho de me ir embora», «ele tem de se informar sobre o assunto», «nós temos de olhar para o futuro», etc.
Cf. Ter de ≠ ter que