Outro equívoco frequente assinalado por Paulo J. S. Barata.
«Querer não é poder. Quem pôde quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há de poder, porque se perde em querer.»
Fernando Pessoa
«O que ainda não se tinha visto, e aconteceu nesta quinta-feira, era ver a secretária de Estado a ler, ipsis verbis, um discurso de Vítor Gaspar, que não pode estar presente por estar no Conselho de Ministros», pode ler-se na rubrica "Gente" do Expresso (n.º 2118, 1 de junho de 2013, "Primeiro Caderno", p. 16).
Este pode (do presente do indicativo) que deveria ser pôde (do pretérito perfeito do indicativo) pode ter sido gralha, mas não creio.
É que o ministro Vítor Gaspar pode não estar presente em muitos eventos e cerimónias, mas naquela não pôde. E, sem o acento, ainda se pode, pelo contexto, entender a frase do Expresso, mas dificilmente teria sido escrita a de Pessoa…