Numa entrevista à jornalista Fátima Campos Ferreira, a propósito do seu novo programa, Portugal e o Futuro, composto por um especial informação sobre o estado do país e por um ciclo de entrevistas aos chamados senadores da República, que passa na RTP 1, após o Telejornal, o Diário de Notícias escrevia, na sua edição de 11 de Abril: «A operação informativa Portugal e o Futuro vai oscultar a sociedade e servir de moderadora»!
É óbvio que o verbo oscultar não existe. É óbvio que se trata de uma corruptela do verbo auscultar, uma adulteração advinda da oralidade. Bastaria um mediano sentido crítico sobre as possibilidades etimológicas deste pseudoverbo para perceber a sua implausibilidade! Porém, o que manifestamente me ultrapassa, e carecia de auscultação, é como é possível, num tempo em que toda a gente usa um qualquer processador de texto com um corrector ortográfico e dicionário acoplados, um jornalista e um jornal de referência deixarem passar semelhante coisa!