«O acrónimo do Fundo Monetário Internacional tornou-se no último ano no símbolo do pesadelo que o país [Portugal] teria de viver caso recorresse, como recorreu, à ajuda externa para evitar a insolvência do Estado.»1
FMI, de Fundo Monetário Internacional, não é um acrónimo, mas uma sigla. Tal como CGTP, UGT, RTP, PT ou MPLA são siglas, e não acrónimos. Porque se lêem letra a letra: F-M-I, C-G-T-P. U-G-T, R-T-P, P-T, M-P-L-A…
Acrónimos podem ser ou não siglas (nomes formados a partir das letras iniciais dos seus elementos), mas só devem ser considerados acrónimos se o termo em causa for pronunciado como uma palavra comum. Por exemplo: EPAL (Empresa Pública das Águas Livres), ONU (Organização das Nações Unidas), Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), Sapo (Servidor de Apontadores Portugueses), ONU (Organização das Nações Unidas), etc.
Bem sabemos que anda por aí, agora, uma moda, entre alguns políticos e comentadores portugueses, na pronúncia da sigla FMI como se ela se tratasse, mesmo, de um acrónimo, dizendo sempre “femi”. A verdade é que não há volta a dar-lhe: FMI é uma sigla — logo, soletram-se-lhes as iniciais.
P.S .— LeV (Literatura em Viagem) também é um acrónimo, e não uma sigla — como lhe chamou, mal, a apresentadora do programa Câmara Clara, na RTP 2 [17/04/2011].
1 Editorial do jornal Público de 15/04/2011.