A fechar a informação de trânsito, o locutor da Antena 1 apela à participação dos ouvintes: caso tenham conhecimento de algum acidente ou corte de estrada, podem ligar para o número x, «completamente gratuito».
Ora, a predicação «ser gratuito» não é graduável. Note-se a inviabilidade de estruturas comparativas, como:
*Este serviço é mais/menos gratuito do que aquele.
Ou de estruturas enfáticas, como:
*Este serviço não é pago; é até gratuito.
No segmento citado, ocorre, através do modificador «completamente», uma determinação de grau (máximo), exterior à significação da palavra «gratuito».
É claro que o locutor quer assegurar a veracidade do que diz (ele sabe que o ouvinte sabe que há serviços que se dizem gratuitos e que não o são, de facto), mas poderá sempre dizer (como aliás também já foi dito na mesma Antena 1) que, se ligar, o ouvinte «não paga nada por isso.»