Ao contrário do que continua a ver-se*, a palavra juiz não leva acento na vogal i.
A regra é a seguinte: tem acento gráfico a vogal i em posição tónica, quando precedida de vogal que com ela não forma ditongo, mas exceptuam-se as situações em que esse i é seguido de consoante (diferente de s) que com ele forma sílaba ou seguido do grupo consonântico nh.
O caso acima ilustra uma das excepções: em juiz, a vogal i forma sílaba com a consoante que se segue, que não é um s. Exemplos: Vermoil, Bombaim, amendoim, raiz, juiz.
Pela mesma regra, o plural de juiz leva acento (juízes): neste caso, a vogal i não forma sílaba com a consoante que se segue.
E ao contrário do que igualmente se vai ouvindo, também o feminino de juiz não é “a juiz”, mas, sim, a juíza.
* Por exemplo, no Jornal da Noite da SIC (23 de Abril p. p.), numa notícia sobre um debate com juízes e actores a respeito da peça Dúvida, em cena no Teatro Maria Matos, em Lisboa.