Aqui se publica, com a devida vénia, um extracto do editorial do Diário de Notícias de 16 de Julho de 2008, a propósito da VII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 25 de Julho, em Lisboa, e da criação do Fundo da Língua, pelo Governo português.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é a mais importante herança que chegou até aos nossos dias do mais glorioso período da nossa História, quando, nos séculos XV e XVI, os navegadores portugueses deram novos mundos a conhecer ao mundo.
Os 244 milhões de falantes de português, espalhados por quatro continentes (Europa, África, América e Ásia), são filhos desta gigantesca epopeia de um pequeno país europeu, que contava à época com menos de um milhão de habitantes.
A língua portuguesa, que Pessoa identificou como a nossa pátria, é o tema central da VII Cimeira da CPLP, que vai reunir no final deste mês, em Lisboa, os chefes de Estado dos oito países lusófonos.
A criação de um Fundo da Língua, que invista o dinheiro necessário para aumentar a importância do português no mundo (o que passa, entre outras coisas, por o tornar língua oficial da ONU), é uma das resoluções que sairão da Cimeira de Lisboa e devem ser saudadas por todos nós.
Na Cimeira de Lisboa, o Senegal vai juntar-se à Guiné Equatorial e ao Maurício como membro associado da CPLP, um grupo que poderá alargar-se em breve a outras latitudes, como o Leste europeu.
O facto de quatro dos oito países da CPLP terem significativas reservas de petróleo não deverá ser estranho a este súbito interesse que a CPLP está a despertar. Trata-se de uma maré que Portugal e os seus sete países irmãos têm a obrigação de saber navegar – com proveito para todos.
in DN, 16 de Julho de 2008