Nesta missão profissional tratar do bom uso das palavras (ossos do ofício...), dei por mim a pensar na diferença que faz se invertermos a ordem do adjetivo: uso bom em vez de bom uso.
Resulta ou não num significado diferente? Sem dúvida!! O mesmo que, de resto, sucede em «homem grande» (valor físico) e «grande homem» (valor moral).
Neste Dia Mundial do Abraço, apraz-me refletir sobre os benefícios que advêm de fazermos um bom uso das palavras nos nossos relacionamentos.
Na véspera, enviei um email de agradecimento a uma empresa de prestação de serviços e, pela amabilíssima resposta do diretor, percebi que era raro receberem palavras de gratidão (pelo menos por escrito).
No verão passado, depois de ter saboreado com a família um bom pequeno almoço numa esplanada algarvia, elogiei as deliciosas torradas à empregada, bem como o seu competente serviço, e, pela sua expressão facial, nem lhe parecia real o meu elogio: «Diga?! Não percebi...»
Será assim tão difícil subirmos ao sótão lexical e deixarmos no baú as palavras que cheiram a mofo e trazermos para o jardim as palavras perfumadas, que tocam o coração, que aquecem a alma e que podem, num segundo, mudar o nosso estado de espírito!?
É que, acredite-se ou não, as palavras têm uma carga afetiva tremenda. Elas têm o poder de nos edificar ou de nos destruir...
Por isso, neste Dia do Abraço, deixo a todos um desafio: espalhem abraços e façam uso bomdas palavras!
E acreditem: este uso bom das palavras não faz só bem a quem as recebe. Faz muito bem, ou ainda melhor, a quem as oferece.
Porque... inequivocamente, melhor é dar do que receber!