Nesta semana, no caderno Economia do Expresso (n.º 2087, 27 de outubro de 2012, p. 30), dei de caras com urbescópio, um termo que obviamente não está dicionarizado. O urbescópio é uma peça de mobiliário urbano, de sinalética urbana, metálica, composta por uma base encimada por uma espécie de tubo circular, que direciona o olhar para um ponto-alvo na cidade, um monumento, um edifício, uma praça… É colocado à distância e possui uma explicação sobre o ponto que pretende focar. A palavra está bem construída (do latim urbe-, «cidade», e do grego skopeĩn, «ver, observar» + -io). Tal como etimologicamente periscópio é para ver à volta, ao redor; telescópio é para ver ao longe, à distância; e microscópio é para ver o que é pequeno; urbescópio é para ver a cidade.
Ora, se estas peças de sinalética vingarem, a palavra afigura-se mais do que viável para ser introduzida no léxico. Sendo, sobretudo por estes dias, de saudar os seus autores por não terem pensado num qualquer termo inglês para as batizar…