A respeito de algumas perguntas ou comentários relativos ao português da Galiza ou galego, permito-me precisar:
1. - Antes de mais, a formalização da língua não define "per se" a condição dessa língua. Se as falas galegas são uma forma de português, qualquer formalização que for não poderá mascarar a condição lusófona dessas falas, salvo no caso de elas serem substituídas por outra língua.
2. - De facto o reino da "España", por meio de alguns organismos académicos, pretende mascarar a condição lusófona das falas galegas mercê de uma formalização castelhanizante ao serviço do processo de substituição do português galego pelo castelhano (ou "español"), declarado nesse reino única "lengua oficial del estado".
3. - Mas cumpre lembrar que na Hispanofonia e portanto no reino de "España" as ortografias de quaisquer línguas, quer oficial (a castelhana), quer "también oficiales" (a galega ou portuguesa da Galiza, a basca e a catalã), não são oficiais. Oficial é apenas a língua, enquanto a ortografia carece dessa condição, mesmo a ortografia da língua castelhana. Em consequência, as propostas normativas para o "galego", emanadas dos organismos espanhóis Real Academia Galega - RAG (e por ela Instituto da Língua Galega - ILG), são apenas propostas, sem força legal nenhuma, salvo, ao caso, o proceder arbitrário dos poderes do reino, tanto o autonómico quanto alguns "nacionales", que se declararam frontalmente contra o uso do português da Galiza, como forma adequada e correta de escrever as falas galegas.
Espero ter esclarecido suficientemente as dúvidas que com certeza assaltam pessoas interessadas na pervivência do oortuguês da Galiza ou português galego ou singelamente galego.
Obrigado.