O inevitável "interviu" e o tropeçante "intervido". Os tratos de polé dados ao pobre do verbo haver (o "hadem" até teve honras de ministro...) e a asneira entre "a moral" e "o moral". Ou a confusão recorrente entre "a personagem" e "o personagem". Fora o que por aí se ouve com a rubrica e a "rúbrica", mais as trapalhadas do "preferir mais do que" ou à volta do "de que". E o snobismo dos "mídia" e dos "multimídia"? E a asneira do "tens de te haver comigo"? E as "dezenas de milhar" e "as milhares de vítimas"? O professor António Marques coligiu todos estes e muitos mais outros disparates (84 ao todo, precisamente). De tantas vezes repetidos que andam há muito por aí incólumes, sem o mínimo de rubor por parte de quem os profere em microfone aberto. Ou, o que é ainda menos desculpável, por quem os escreve em letra de imprensa... O livrinho (edição da Plátano Editora) traz de resto um título mais do que apropriado: "Tento na Língua!...Gralhas que por aí grasnam...Erros que por aí grassam...". Uma preciosidade nos tempos que correm.