A expressão «A montanha pariu um rato» que, por vezes, se ouve nos meios de comunicação, provém diretamente da literatura latina. Surge em dois lugares:
a) O primeiro encontra-se nas Fábulas de Esopo:
Mons parturibat, gemitus immanes ciens,
eratque in terris maxima exspectatio.
At ille murem peperit. Hoc scriptum est tibi,
qui, magna cum minaris, extricas nihil.
(Fedro, Fábulas de Esopo, Livro IV, XXII – Mons parturiens)
A tradução é esta:
A montanha dava à luz, no meio de gemidos medonhos,/imensa era nos povos a expectativa./Mas ela pariu um rato./Isto foi escrito para ti,/ que, embora projetes grandes coisas,/nada acertas.
b) O segundo lugar encontra-se em Horácio, que apresenta este provérbio:
Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus.
(Horatius, Ad Pisones, 139)
Cf. O estudo da fraseologia na obra de João Ribeiro Evanildo Bechara
Tradução: «Os montes põem-se a parir, e nasce um estrambótico rato.»
Já agora, veja-se, a propósito, esta curiosa gravura medieval: