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Pelourinho // Mau uso da língua no espaço público

Um "há" pavoroso

A confusão entre e à um erro que ameaça eternizar. Paulo J. S. Barata dá mais um exemplo colhido na comunicação social portuguesa.

Na sua habitual coluna semanal, numa crónica intitulada "Choque e Pavor", Daniel Oliveira escreve:

«A primeira hipótese de Gaspar é irrealista. A segunda é retórica, já que a troika não fica eternamente em lado nenhum. Quanto terceira, é verdade que não renegociação firme do memorando e da dívida que não resulte no risco de uma saída negociada do euro» (Expresso, Primeiro Caderno, 4 de maio de 2013, p. 33).

Em estado de choque e de pavor, fica-se com aquele (forma do verbo haver)! Ali deveria estar à, ou seja, a crase da preposição a com o artigo definido a. No caso, é ainda mais incompreensível porque logo a seguir, e na mesma frase, se utiliza corretamente aquela forma do verbo haver.

 

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