A Fundação Serralves trocada por uma inexistente "Fundação Serra Alves" e o «"expólio" exposto» do fotógrafo Eduardo Gageiro assinalados neste texto publicado no jornal "i" de 21-02-2013.
Aos domingos, quando chefes e editores descansam, as redacções reduzem os cuidados com as notícias. O número de asneiras aumenta.
Domingo, "Diário de Notícias", página "cultural". O jornal inventa o nome de uma fundação (Serra Alves) e, como se isto não bastasse, localiza-a em Lisboa. Assim sendo, informa os seus leitores de que naquele mesmo dia poderiam acompanhar «na Fundação Serra Alves, em Lisboa», a segunda sessão do ciclo "O Sabor do Cinema", que toda a gente está farta de saber que decorre há semanas no Porto, na Fundação Serralves.
Domingo, RTP, "página cultural" do Telejornal. Garante-se que o fotógrafo Eduardo Gageiro tem o seu "expólio" exposto. Felizmente para todos nós o que está exposto é mesmo do Gageiro, não se trata de material expoliado. E também felizmente ele anda cá connosco. Que Deus assim o conserve por muitos anos.
Chefes e editores de produtos tão maus não podem, não merecem ter descanso. Ainda bem que o ministro Relvas, com a sua infinita sabedoria e capacidade de a todos surpreender, anunciou que vai combater o desemprego jovem através do fornecimento gratuito de estagiários às redacções que os queiram. Para a medida ter efeito estatístico, presume-se que venha a abranger milhares. É natural que os patrões digam «OK, que venham eles, é de borla, mandem os gajos para a Cultura». Será um incentivo para que os pássaros que andam pelas relvas culturais levantem voo e poisem noutro local. Não é solução para coisíssima nenhuma.