Há dias, percorrendo a programação dos diferentes canais de televisão disponibilizada pela Zon, deparei-me com esta sinopse do filme Terramoto no Gelo (15 de outubro de 2012):
«Na véspera de Natal uma massiça placa de gelo colapsa na Russia provocando uma onda de choque por todo o Alaska deixando uma família isolada no meio da neve dependendo de si mesmos para sobreviver.»
O que justificará que uma simples frase reúna tão grande número de erros e deficiências sintáticas e ortográficas? O que mais choca é aquele «massiça», que deveria ser «maciça». Provirá ele de uma confusão com o adjetivo «massiva», de entrada mais recente no léxico? E o que dizer da falta de acentuação em Rússia? E para quê grafar Alaska quando temos em português Alasca? E a falta da conjunção («e») antes do gerúndio «deixando»? E, por último, o que dizer da canhestra concordância do pronome demonstrativo «mesmos» para se referir à família?! Isto já sem referir a quase total ausência de pontuação!
Já por aqui nos referimos aos inserçores de caracteres como sendo uma das fontes dos erros mais grosseiros em matéria de língua portuguesa nas televisões, aventando a hipótese de que tal se possa ficar a dever ao facto de esse trabalho ser entregue a não jornalistas. Mas, e este serviço, prestado pela Zon, é entregue a quem? Não terá a empresa a responsabilidade de atribuir esta função a quem pelo menos não cometa erros em massa?