Há uns dias numa entrevista ao jogador do Sporting Fito Rinaudo podia ler-se:
«Eles vivem as coisas assim, com pressão mas para mim isso não tem pressão alguma. Se jogo uma final riu-me , pois já joguei no inferno, temos que nos adaptar.» (A Bola, 4 de junho de 2012).
Dando de barato outros pormenores deste pequeno trecho centro-me aqui na evidente confusão entre a primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo rir (rio) e a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do mesmo verbo (riu).
Vale a pena referir ainda que o corretor com que escrevo, quase imbatível na ortografia, mas rombo na sintaxe, também deixa passar incólume este erro, pois nada assinala nesta indevida associação do pronome pessoal me à terceira pessoa do singular.
Habituei-me a ler A Bola, ainda como trissemanário, ainda a duas cores (preto e vermelho) e ainda no longilíneo broadsheet, quando nela escreviam nomes como Vítor Santos, Carlos Pinhão, Carlos Miranda, Alfredo Farinha, Aurélio Márcio, Homero Serpa, entre outros, naquela que muitos consideram a geração de ouro da imprensa desportiva portuguesa. Com estilos muito próprios, mas sempre com uma escrita escorreita, seria impensável, naqueles tempos, ver o jornal cometer erros como este…