Agradeço, antes de mais, a leitura atenta que Francisco Miguel Valada fez do meu texto. Não pude deixar de reparar que, ao comentá-lo, digamos assim, cumpriu escrupulosamente todas as regras do Acordo de 1945 e acertos seguintes, embora me não conste que, não o fazendo, fosse submetido a algum tipo de punição.
O meu texto pretende ser, e creio que a apreciação de F.M.V. confirma que cumpre o objectivo, um instrumento para os professores que, tudo indica, vão, muito em breve, ver o novo acordo entrar-lhes pela sala de aula. Aliás, como tema de análise ou de discussão já lá está. Por isso faço, como refere, «um historial da questão ortográfica da língua portuguesa (…) de um modo simples e acessível, por vezes crítico», fornecendo algumas pistas e alertando aqui e ali para os aspectos face aos quais há ainda dúvidas.
Tendo em conta o público a que me dirigi (o artigo foi publicado no boletim informativo de uma associação de professores), todos vamos, efectivamente, ter de nos adaptar ao AO 90. Não pretendi — não pretendo! — ser mais uma voz no conjunto das vozes quer contra, quer a favor. Pretendi,tão-somente, fazer algo que me pareceu faltar na panóplia de textos sobre o tema: uma apresentação simples e acessível. Parcial, sim. Defendo que o Acordo deve entrar em vigor. Depois de alguns testemunhos que fui ouvindo, fazendo eco das dificuldades associadas ao ensino do português como língua estrangeira, por exemplo em França (testemunho de Solange Parvaux na Conferência Internacional Língua Portuguesa: Presente e Futuro, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 2004), percebi que talvez houvesse algumas virtualidades no Acordo.
Por isso, e seguindo o exemplo publicitário de F.M.V., aproveito para informar que elaborei um conjunto de exercícios a disponibilizar muito em breve para os professores do ensino básico, na revista Noesis.