Prestação, do latim "praestatione": acto ou efeito de prestar; cota, contribuição, pagamento escalonado. Ou, quando muito (no Brasil): alcunha de todo o vendedor ambulante de mercadorias a prestações.
Isto é o que registam os dicionários, o que dirá qualquer lusofalante, independentemente do seu nível cultural, a não ser que tenha aderido ao chamado "futebolês" e repita esse estereótipo, mais um, tanto ao gosto do meio jornalístico do sector.
É o que aconteceu ao cantor português Luís Represas, que se diz do Belenenses, nem por isso muito envolvido nas coisas da bola, mas – viu-se, ou melhor, ouviu-se no último programa televisivo «Domingo Desportivo» – suficientemente contaminado já pela maleita generalizada.
As "prestações" do Belenenses para aqui, as "prestações" do Belenenses para acolá, o entrevistador na mesma onda, mais à frente outro pontapé no neologismo, quando se falava no tetra à vista do FC Porto. E em nenhum momento se lhes ouviu empregar, nunca, os termos naturalmente mais apropriados...
Apropriados e conhecidos: exibição, actuação ou desempenho, tão enraizados que estão no nosso vocabulário comum, não serão eles, até, bem mais melodiosos de dizer? E muito mais claros: toda a gente os entende.