Ao longo da semana que hoje começa arranca mais um ano lectivo. As preocupações são muitas e a mais importante deve ser o que vão os alunos aprender.
Há uma ideia sobre a qual não devem existir dúvidas. A escola não é o local onde, à guarda dos professores, crianças e adolescentes estão protegidos para tranquilidade dos pais. A escola é um local de trabalho, onde se fornece e estimula a procura de conhecimentos.
A escola não está, porém, livre de polémicas. Existe uma justificada preocupação sobre os resultados do ensino a nível da literacia. Não são apenas os maus resultados dos exames de Português. Tornou-se frequente ver os estudantes chegarem ao Ensino Superior a cometer erros de ortografia.
Há quem desvalorize o problema como se refere a propósito do concurso da RTP ‘Sabe mais do que um Miúdo de 10 anos?’, onde as crianças acertam em mais perguntas do que os adultos. Também existe uma visão conspirativa, expendida nos livros do jornalista Daniel Estulin sobre o grupo de Bilderberg, quanto a uma estratégia de domínio do Mundo através da imbecilização das pessoas. Discute-se com mais propriedade se os actuais métodos pedagógicos são os melhores e como se constrói a coesão educativa, quando o meio social pesa tanto na capacidade de escrever e ler.
Os professores têm de resolver estas questões. É tão importante como os pais valorizarem a escola e o Estado apostar na educação, porque sem conhecimento não há liberdade nem desenvolvimento sustentável.
João Vaz, Redactor Principal
in "Correio da Manhã", 9 de Setembro de 2007