Ainda me lembro de que me tornei, involuntariamente, uma das estrelas da Comunicação Social aquando do 1.º Simpósio de Sexologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, realizado em 2000, no Estoril, por ter acrescentado à célebre frase do cineasta Godard sobre os jovens estudantes dos anos 60 Les enfants de Marx e du Coca-Cola!, o nome de um Senhor chamado Freud, o que resultou numa bela “caixa jornalística”: “Os Filhos de Marx, da Coca-Cola e... de Freud!". A originalidade nem sequer era muita, já que todos têm presente o título da famosa lição de Michel Foucault sobre Os Mestres da Suspeita: Marx, Freud e Nietszche, que constituiriam aquilo que, numa cadeira emblemática da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias extensiva a todas as suas licenciaturas, “Introdução ao Pensamento Contemporâneo”, se designa como os grandes «paradigmas estruturantes» do pensamento dos tempos modernos.
Tudo para dizer, simplesmente, o seguinte: ao organizar-se um Simpósio de Sexologia, como este 3.º Simpósio da Universidade Lusófona, não se está a ceder a qualquer moda, nem sequer, como pareceria ter sido o caso de um recente congresso com especialista americana e tudo, à lusa telenovela do momento, mas sim a falar-se do que de mais profundo e essencial e determinante existe na condição humana e de algo em que a modernidade (disse modernidade, não disse pós-modernismo) ainda está muito longe de ter dito e feito tudo o que há para dizer e fazer... E ainda continua extremamente válida a intuição de W. Reich quando proclamava que sem Revolução Sexual nunca haverá Revolução Social que valha a pena!
Nem quero deixar de referir quanto me agrada observar, no Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (como é de todos sabido, uma das grandes “jóias da coroa”, não só da Universidade Lusófona mas de todas as Universidades Portuguesas, a ponto de se ir ouvindo cada vez mais a frase maximamente lisonjeira: Psicologia é na Lusófona!), uma total abertura ao autor dos Três Ensaios sobre a Sexualidade e fundador da Psicanálise, Sigmund Freud, tendo até já sido proposta a criação de um Mestrado e de uma pós-graduação sobre a Psicanálise, além de encorajar o funcionamento regular do Seminário de Psicanálise e até o nascimento oportuno de uma Revista Lusófona de Psicanálise!
Este 3.º Simpósio de Sexologia decorrerá certamente, à semelhança dos dois anteriores, com aquela elevação e excelência científica a que todas as muitas iniciativas do Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias há muito nos habituaram.
Aparentemente a Universidade Lusófona, que já se tornou a maior Universidade Privada Portuguesa, com ramificações e iniciativas em Moçambique, em Angola, na Guiné-Bissau, no Brasil e noutros espaços do Espaço Lusófono, continua fiel ao seu nome de Universidade de (Novas) Humanidades e (Novas) Tecnologias e ao seu lema (“Humani Nihil Alienum”) de não considerar a si estranho nada do que possa considerar-se interessantemente humano.
Palavras de abertura do 3.º Simpósio de Sexologia da Universidade Lusófona, Lisboa 15-17 Janeiro 2004