É uma evidência que a língua portuguesa — qualquer língua — evolui e se modifica. Tal implica perdas e aquisições de formas lexicais, de construções e de realizações fonéticas. Mas isso não autoriza a que se assuma, numa dada sincronia, a extinção iminente de uma forma quando, de facto, não é isso que acontece.
Quando se diz a um aluno de português língua estrangeira que a 2.ª pessoa do plural já não existe em português, há aí, no mínimo, alguma precipitação, posto que nas regiões do Minho, Douro e Beira Interior (Portugal) esta forma ainda está viva. É, portanto, lícito ensinar um aluno estrangeiro a dizer: «Ides vós retirar a 2.ª pessoa do plural da conjugação verbal?»
Um exemplo de evolução na língua, por inovação lexical, está na tendência constante de os falantes inventarem palavras: vejam-se os casos de "distraibilidade", "observabilidade", "impredizibilidade", etc.
Depois, há critérios não regulares de aceitação de construções, isto porque a língua não se rege por uma lógica apriorística, mas por princípios de ordem funcional/comunicativa: é exemplo disso a aceitação plena da redundância na expressão eu próprio, em confronto com a rejeição de formas como voltar de novo