O Serviço Europeu de Acção Externa, órgão a ser criado com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, poderá excluir o português como língua de trabalho e restringir-se ao inglês, ao francês e ao alemão. A eventual exclusão do português mereceu do presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República, Ribeiro e Castro, forte reprovação, seguida de apelo a um protesto por parte do governo português.
Porém, a par das reprovações e dos apelos, valia a pena inquirir sobre o(s) motivo(s) por que o peso do número de falantes de português (250 milhões), argumento tão repetidamente invocado, não se reflecte numa afirmação natural da língua portuguesa na Europa e no continente americano. Será um problema de imagem, ou o corolário de um insuficiente domínio económico dos países que a têm por língua oficial? Será consequência da apatia da investigação em linguística portuguesa, ou fruto da ausência de uma estratégia concertada para o ensino e a produção cultural em português? Ou será, ainda, que todas estas causas se misturam?
Teatro, música e poesia de expressão portuguesa fizeram a alegria na 36.ª edição da Festa da Língua Portuguesa, levada a cabo pelos estudantes de Português de várias universidades de Moscovo. No público, cerca de 200 pessoas, estavam representantes do corpo diplomático de Portugal, Brasil e Moçambique.
Simplificação é evolução — parece ser esse o lema das alterações nas práticas de escrita exercidas ao longo dos séculos. Basta ver que no séc. XV os manuscritos apresentavam três modos de grafar o s, consoante a posição que letra tomava na palavra e na frase.