Há alguns anos referimos a situação pouco animadora do português na cidade espanhola de Olivença e na região circundante, território que fez parte de Portugal desde os finais do século XIII até 1801. Mas há sinais de mudança, conforme se pode ler no número de março da revista brasileira Língua Portuguesa, que publica uma reportagem sobre a recuperação do interesse dos próprios oliventinos pela língua dos seus avós, que querem agora ver reconhecida como segunda língua materna. Saliente-se que a fronteira da Estremadura espanhola tem, como a Galiza, fortes laços linguísticos e culturais com a lusofonia, sabendo-se que atualmente o idioma continua a ser falado nas regiões de Cedillo, Herrera de Alcántara e La Codosera. Também se mantêm falares de origem galego-portuguesa no norte da província de Cáceres, mais precisamente em San Martín de Trevejo, Eljas e Valverde del Fresno. E que melhor prova de atenção do que o programa que o curso Falamos Português, da televisão regional da Estremadura, dedicou em 2014 à lusa Atenas, a propósito de dois tempos do indicativo, o pretérito perfeito simples e o pretérito perfeito composto?
Haverá equivalente português para o tão usado anglicismo backup? Que preposições ocorrem depois dos verbos importar-se e comprazer-se? Na expressão «demasiado rápida», o advérbio tem alguma função sintática? Plastisfera – que é isso? No consultório, dão-se as respostas.
Como já aqui se clarificou, são inexatas as notícias difundidas em Portugal (ver Diário de Notícias e Público), segundo as quais seriam enormes «os prejuízos» para os alunos que, nos exames finais do presente ano letivo da disciplina de Português do 12.º ano, não aplicassem rigorosamente a nova ortografia (cujo período de transição para a sua adoção plena no país termina no dia 13 de maio p.f.). É o que, entretanto, veio clarificar o próprio Instituto de Avaliação Educativa (Iave), num comunicado de imprensa emitido em 12/03/2015, que deixamos disponível também na rubrica Ensino. Nele se manifesta «o mais vivo repúdio pelo alarme social e instabilidade que [tais notícias] poderão provocar nos alunos e nas suas famílias», esclarecendo-se mais adiante: «[A] probabilidade de desvalorização por erros ortográficos devido ao uso da antiga grafia é de 0,6 pontos, ou seja, 1 ponto em 200, ou seja, ainda, 0,5% da cotação total da prova (o que contrasta de forma gritante com os 25% referidos na notícia publicada pelo Diário de Notícias).»
O programa de rádio Língua de Todos vai para o ar na sexta-feira, 13/03, às 13h30*, na RDP África (com repetição em 28/02, às 9h10*). E o Páginas de Português regressa no domingo, 15/03 (às 17h00*, na Antena 2), com uma emissão dedicada ao falar da região de Braga. Pormenores sobre estes programas aqui.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando também disponível via Internet, nos endereços de ambos os programas.
A Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos apoiam a disciplina de Português (como língua materna e língua não materna), produzindo e facultando gratuitamente materiais didáticos diversificados; e, para alunos estrangeiros, estas plataformas também organizam cursos individuais (Portuguese as a Foreign Language). Mais informações no Facebook e na rubrica Ensino.