Em Portugal, a aprovação pelo parlamento da proposta do Partido Socialista para a coadoção por casais do mesmo sexo motivou na comunicação social (mesmo noutras instâncias) dúvidas e hesitações sobre a grafia do termo aplicado ao direito em discussão: coadoção ou co-adoção?
Coadoção e coadotar são as grafias corretas ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO 90), porque o prefixo átono co- se aglutina «com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o» (idem, Base XV, 1 b), obs.).
Anteriormente, escrever-se-ia co-adopção e co-adoptar,* conforme o Acordo Ortográfico de 1945 (AO 45), Base XXIX, 9.º, visto hifenizar-se o prefixo quando este significava «a par» e o segundo elemento tinha «vida autónoma». No Brasil, seriam de esperar as formas co-adoção e co-adotar; e muito embora o Formulário Ortográfico de 1943 fosse omisso a respeito da grafia de co-, a 1.ª edição do Dicionário Houaiss (2001) enuncia o mesmo critério que o acordo de 1945, observando que «[esta] regra [...], diga-se criticamente, cria muito embaraço, freqüentemente, ao usuário», já que em casos como coabitar ou cooperar, que provêm diretamente do latim, a forma co- ocorria sem hífen aglutinada ao elemento seguinte. O AO 90 veio, portanto, simplificar a grafia de co-, generalizando a supressão do hífen a todas as palavras, tenham elas sido formadas em português ou em latim.
* Em Portugal, o AO 45 prevê o uso de c (redacção) e p (óptimo) como letras mudas.
Quanto às dúvidas esclarecidas no consultório, comentam-se o substantivo molúsculo, a locução prepositiva «à superfície de» e o uso de artigo com o topónimo Pinhal Novo (Setúbal, Portugal). Estas respostas podem ser igualmente consultadas pelo Facebook e por uma aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
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