Deixamos aqui algumas reações às declarações do secretário de Estado da Cultura português, Francisco José Viegas, admitindo alterações ao Acordo Ortográfico nos casos mais controversos das consoantes mudas e das facultatividades previstas no texto que se encontra já em vigor no Brasil e em Portugal. Reações de indignação (por exemplo, do linguista brasileiro Godofredo de Oliveira Neto, membro da Comissão Científica do Instituto Internacional da Língua Portuguesa), de perplexidade (da ex-ministra da Cultura de Portugal Isabel Pires de Lima: «Não vejo como é que poderia voltar atrás»), de preocupação (manifestada pelo professor Carlos Reis), mas também de alguma confusão instalada na escolas portuguesas, onde a nova reforma já está a ser aplicada desde setembro último. E, também, de novo alento para a corrente anti-AO em Portugal.
A propósito, vale a pena recordar uma notícia anteriormente aqui referida: desde o verão passado que, no âmbito do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, está já em preparação o Vocabulário Ortográfico Comum, que será o contexto e veículo para estabelecer a delimitação da variação possível, nomeadamente quanto às consoantes mudas e aos casos de opcionalidade, como acordado entre os países no Plano de Ação de Brasília.
Ainda sobre as novas regras do português escrito, e alguma má informação à sua volta, recebemos esta pergunta do consulente Calos Carvalho: «Procurou-se, com o novo Acordo Ortográfico, promover o desaparecimento das letras supérfluas. Mas houve uma que escapou: o u a seguir ao q. Quando não pronunciado, este u não faz falta nenhuma. A minha dúvida é: porquê mantê-lo?» Os devidos esclarecimentos na resposta de Maria Regina Rocha, aqui.
As variantes do português falado nos PALOP são tema de uma conversa com a linguista moçambicana Perpétua Gonçalves no programa Língua de Todos (sexta-feira, 2 de março, às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, às 9h15*).
Por sua vez, na emissão de Páginas de Português de domingo, 4 de março, às 17h* (na Antena 2): O teatro como ensino da língua portuguesa é a aposta, para o os públicos mais jovens, do novo diretor do Teatro Nacional D. Maria II, o ator e encenador João Mota.
* Hora oficial de Portugal