Se a ortografia é normativa e a pronúncia nunca o é, como é possível fazer depender a ortografia da pronúncia? É este o paradoxo em que se firma Hélio Alves, num artigo publicado no Jornal Online da Universidade de Évora, para retomar a questão da facultatividade na redação de consoantes que — consoante a comunidade linguística — são mudas ou não.
E a propósito: neste ano de entrada do novo Acordo no sistema de ensino oficial português, prevê-se um acréscimo de perguntas no consultório sobre o tema, justamente sobre consoantes mudas (ou não...) e, muito provavelmente, também, sobre hifenização (como a atualização deste dia comprova). Fazemos notar, porém, que, caso o consulente pretenda apenas uma atestação da nova forma gráfica de palavra, sem mais explicações de fundo, pode sempre recorrer ao Portal da Língua Portuguesa e obter aí resposta instantaneamente, pesquisando no Vocabulário Ortográfico do Português, que é o guia oficial da língua em Portugal. Para o Brasil, o mesmo poderá ser feito com o acesso ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras.
Com a adoção do Acordo Ortográfico nas escolas portuguesas, neste regresso às atualizações diárias do consultório, o Ciberdúvidas passa a reger-se também pelas novas regras do português escrito. A partir deste dia, neste sítio, escrever-se-á exclusivamente de acordo com o novo Acordo.
O ideal de cultura política luso-brasileira vislumbrado por Getúlio Vargas e Oliveira Salazar foi o tema da tese vencedora do Prémio Associação das Universidades de Língua Portuguesa. O estudo da política editorial acionada pelo Acordo Cultural de 1941 entre Brasil e Portugal conduziu a uma intensa abordagem das questões relativas às relações luso-brasileiras nas décadas de 30 e 40 do século passado, entre elas a relação entre língua, literatura, política e poder.