Com o apuramento da seleção portuguesa de futebol para o Campeonato do Mundo no Brasil, graças à vitória de 19/11/2013 na Suécia, que tanto deve aos golos e à exibição de Cristiano Ronaldo, as televisões e as rádios de Portugal não foram capazes de evitar a forma “Rònaldo”, que foi a que mais se ouviu. De novo procurando não ouvi-la, vale a pena recordarmos a pronúncia recomendada em português lusitano:
As diferentes pronúncias de Ronaldo, Rolando, Rodrigo, Rodrigues, Rosa e roda
O que é mais importante: narrar a variação histórica da língua, ou descrever as suas estruturas como se elas fossem atemporais? Em artigo publicado na revista brasileira Língua Portuguesa, o linguista Aldo Bizzocchi, mostrando não serem inconciliáveis as duas tarefas, reprova a atitude de certos investigadores: «[...] é uma pena que alguns teóricos, ao adotar uma delas por razões metodológicas, recusem a validade da outra, criando um clima propício ao conflito ideológico dentro de uma área que, por ser científica, deveria primar pela objetividade e neutralidade.»
Mas, então, oferecendo-se a língua à observação como objeto ora variável ora estável, que sentido tem falar-se em erros, desvios, norma e correção? É esta a questão enviada por um consulente do Brasil ao nosso consultório, onde ainda se interpreta um provérbio sobre a relação do logro com a persuasão e se faz a subtil destrinça que em Portugal existe entre tosta e torrada.
Os contributos dos consulentes são decisivos para a viabilização do Ciberdúvidas como serviço sem fins lucrativos e de acesso livre, há quase 17 anos empenhado na divulgação, esclarecimento e debate dos mais diversificados temas da língua portuguesa. Desde já, os nossos agradecimentos por todo o apoio que nos for prestado.