1. A importância de falar a língua portuguesa nos Estados Unidos ficou patente no estudo An American Dream in Portuguese: second generation and beyond, da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD), cujos resultados sublinham o facto de que os luso-descendentes que falam português em casa, nos EUA, terem melhores resultados na educação e no rendimento laboral. O estudo revela ainda que os falantes de português na América do Norte têm mais probabilidade de vir a ter uma licenciatura e melhores salários do que os não falantes da língua. Deste modo, o português, em solo americano, para além de permitir a preservação da identidade e da cultura do povo português que para aí emigrou, implica atualmente um conjunto de vantagens práticas que poderá funcionar como um fator importante para combater a perda linguística que marcou a segunda e terceira gerações de filhos de emigrantes. Será também a vantagem associada à língua portuguesa que poderá justificar os sinais de aumento dos falantes de português identificados em Nova Iorque e na Flórida (consulte o estudo aqui). 

2. O papel estratégico da língua portuguesa estará também em discussão no CILPE 2025, Conferência Internacional de Línguas Portuguesa e Espanhola, com lugar nos dias 11 e 12 de novembro, na Cidade da Praia, em Cabo Verde, no ano em que a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) comemora 75 anos de atividade e Cabo Verde celebra 50 anos de independência. Nesta conferência, que procura aproximar os espaços linguísticos do português e do espanhol, estará em destaque «a promoção do multilinguismo e da interculturalidade como ferramentas para construir uma cidadania mais inclusiva, consciente e global», pode ler-se na nota de divulgação do CILPE 2025. 

3. Angola comemora, com pompa e circunstância, o 50.º aniversário da sua independência. Numa cerimónia que contará com a presença de 45 delegações internacionais, celebra-se a conquista que teve lugar a 11 de novembro. 50 anos depois, o país enfrenta desafios bem distintos daqueles que viveu antes da sua independência: as áreas da economia, da educação e da justiça constituem no presente as grandes preocupações do povo angolano na sua luta pelo desenvolvimento e pela qualidade de vida. A estabilização e normatização da variedade do português de Angolano encontram-se também ainda em processo e exigem mais trabalhos e reflexão.

São vários os textos que têm sido publicados no Ciberdúvidas a propósito da situação da língua portuguesa em Angola. Nesta data, destacamos os seguintes: «O género de Angola»; «Governo de Angola»; «Bambilar, bambila e bambilador» ; «Português de Angola: uma variedade carente de registos e legislação»; «Língua e segurança nacional em Angola».