Apesar de gare ter a reprovação dos mais puristas, acontece que, mesmo em documentos oficiais, se usam mais as expressões «Gare Marítima de Alcântara» e «Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos», que designam dois famosos edifícios da zona portuária de Lisboa. É assim, de resto, que estes imóveis aparecem mencionados nas páginas do sítio do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR).
Note-se que, segundo o Dicionário Houaiss, gare, tal como estação, significa «local de embarque e desembarque de viajantes e mercadorias nas estradas de ferro ou por via marítima». Sobre gare, o mesmo dicionário anota que os puristas consideram a palavra um galicismo substituível por estação («de caminho de ferro»; no Brasil, «estrada de ferro»)». Gare vem do francês gare, que significa «lugar separado num rio para servir de abrigo às embarcações ou para lhes permitir deixar outros comboios passarem» (idem).
Refira-se ainda que, pretendendo referir qualquer estação de comboios (isto é, trens, para os consulentes brasileiros), se usa comummente estação. No entanto, é mais conhecido como Gare do Oriente o edifício da autoria do arquiteto espanhol Santiago Calatrava que assinala um importante nó ferroviário de Lisboa, na zona do Parque das Nações, requalificada no final da década de 90 do século passado.