«Morreu o melhor dos seres humanos.» |
Uma árvore subiu, escreveu Rilke nos Sonetos a Orfeu. Nelson Mandela é agora a Grande Alma que paira sobre nós, a incandescência do Puro Espírito. Que a África do Sul e o Mundo mereçam este barro humano que se moldou no incêndio da História do seu Povo, no de África e de todos os continentes.
Tudo se disse e ele disse tudo, melhor do que ninguém: a sua autobiografia, as cartas de prisão o discurso de Rivonia, quando fez a defesa da luta do ANC contra o apartheid. Arriscava a pena de morte, sofreu a prisão perpétua.
País vizinho de Moçambique e, de alguma maneira de Angola, a luta do povo sul-africano ficou impregnada de algumas das palavras de ordem utilizadas pelos movimentos de libertação: «A Luta Continua», o «Viva», muitas outras. Resistentes sul-africanos, refugiados em Luanda e Maputo, aprenderam a língua de Luandino e de José Craveirinha, de Camões também. Mandela conhecia isso tudo. Ao lado de Graça Machel, sua esposa, terá ouvido muitas vezes a “falagem” do português moçambicano. Tinha, em Maputo, uma segunda casa.
Todas as línguas podem exprimir a Liberdade. Nelson Mandela aboliu a maldição de Babel.