A língua como «valor estratégico» e o desenvolvimento mais forte de «uma política da língua mais ambiciosa e dinâmica» foram as notas dominantes dos discursos do presidente da República português, Aníbal Cavaco Silva, nas comemorações oficiais do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades de Portugal.
Primeiro, no discurso, na sexta-feira anterior, no Porto, em mensagem dirigida às comunidades portuguesas no estrangeiro, Cavaco Silva celebrou «a língua portuguesa como fundamento da unidade da nação portuguesa, dos portugueses residentes em Portugal e das suas comunidades espalhadas pelo mundo», acrescentando:
«A política de afirmação de Portugal no mundo implica a divulgação da nossa língua e dos nossos valores históricos, o reforço da participação cívica e política dos portugueses da Diáspora, o acompanhamento dos seus problemas sociais, a valorização dos casos de sucesso nos mais variados domínios e a melhoria dos instrumentos de ligação política e administrativa com as comunidades.»
Depois, no discurso que proferiu na sessão solene das comemorações do 10 de Junho:
«No Dia de Portugal e de Camões (...) celebramos, também, o inestimável património que é a língua portuguesa, partilhada por outros sete Estados que a têm por língua oficial e que a utilizam na sua prática política, jurídica e administrativa, na comunicação técnica e científica, na criação literária e artística.»
A mesma tónica – a língua portuguesa – pontuara já a intervenção de Cavaco Silva em Serralves, na véspera:
«A língua portuguesa é um factor de comunicação e de valorização do país da maior importância, devendo, por isso, ser divulgada a todos os estrangeiros que por ela se interessam e querem aprendê-la.»