[Sobre o comentário em Lusofonias, "O nepotismo, o emprego e o `Estadão´", por Francisco Seixas da Costa], gostaria de fazer a defesa do nosso bom escrivão Caminha (que outro país teve a sorte de nascer com uma certidão de nascimento redigida com tanta riqueza de definição?) no que respeita à acusação de nepotismo. Vejo de forma bastante natural o pedido que faz:
«E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo levo, como em outra qualquer cousa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser muito bem servida, a ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório meu genro – o que d’Ela receberei com muita mercê.»
Ora, não pede Caminha emprego para seu genro, mas apenas transferência para a Corte de um funcionário (ou militar, não sei) que estava em Ultramar. O pobre escrivão, por certo, não suportava mais o choro da filha sem marido...
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