Deparei-me, na secção Pelourinho, com um comentário, com o título "Coisas do desconhecimento da língua…" que, apesar de ser perfeitamente pertinente e correcto, me causa alguma perplexidade.
Li, às tantas, o seguinte: «E, claro, a falta de rigor, também, na grafia dos nomes espanhóis Rodríguez Zapatero (e não “Rodrigues” Zapatero), José María Aznar (não 'Maria').»
Não posso concordar mais. Muitos jornalistas são, infelizmente, adeptos da técnica «meia bola e força».
Por curiosidade, fui averiguar, no site do jornal El País, a forma como os jornalistas espanhóis escrevem os nomes dos portugueses.
Confesso: fui ao site do El País pelo facto de este ser um jornal de referência em Espanha (ao contrário do que algumas pessoas poderão dizer do nosso Correio da Manhã).
Deparei-me com isto:
"José Socrates", na legenda;
"José Manuel Durao Barroso", num título.
Repare-se: esta pesquisa foi feita em cinco ou dez minutos e só procurei estes nomes.
Ora, se o El País assassina os nomes dos portugueses, por que razão deveremos nós ficar quietos?
Agora num registo mais sério e intelectualmente honesto: é lamentável o que se faz com os nomes das pessoas; eu próprio me queixo disso (o meu nome do meio é reiteradamente objecto de verdadeiras chacinas linguísticas).
Só gostaria de ficar com a sensação (voltando ao registo jocoso) de que o Correio da Manhã escreve mal os nomes das pessoas (espanholas, neste caso) não por falta de rigor mas por verdadeira retaliação!
Enfim...
Muito obrigado pela V. atenção.
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