É preocupante o que se denuncia em "Os erros de escrita não são inevitáveis", mas considero os erros de sintaxe ainda mais preocupantes que os ortográficos.
Em todos os meios de comunicação [portugueses], com frequência cada vez maior, os nossos líderes exprimem-se como se segue:
«(Os nossos avós têm experiências) que são importantes partilhar.» [Renato Pais, pedagogo; em "Jornal de Notícias", 26. 12. 2012, pág. 8]
Será pacífico que o referente desta predicação subordinada não são as experiências dos avós, mas a sua partilha. Por isso, o sujeito é partilhar e o que é complemento direto. Como o predicado concorda, em número, com o sujeito e não com o complemento direto, a predicação terá de ser: … que é importante partilhar (equivalente a … partilhá-las é importante).
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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