O ‘maravilhoso’ Governo [português] que temos, acabou de ter uma ideia genial: pôr os miúdos do 1.º Ciclo do ensino básico a aprenderem Inglês… Na minha modesta opinião, deveria haver a preocupação de os preparar melhor na língua portuguesa, até porque desta língua depende a aprendizagem das línguas estrangeiras.
E seria, também, um óptimo processo e ponto de partida para, no futuro, deixar de ouvir certas ‘gralhas’ na gramática por parte de jornalistas na televisão. Hoje, que o curso de jornalismo é considerado um curso superior, é frequente ouvir nos telejornais, frases sem concordância. Com é vulgar ouvir a pessoas com formação superior frases como «a gente fomos». Afinal, que Português é que estes senhores aprenderam?
Mas temos, igualmente, algumas ‘argoladas’ por parte dos nossos políticos. É frequente ouvir os governantes falarem «da democracia portuguesa». Para que conste, aqui fica o reparo: a democracia não é portuguesa, não é chinesa, não tem nacionalidade. Não é de ninguém. O que nós temos é a democracia em Portugal, como temos a democracia em outro qualquer país. A democracia portuguesa, como se ouve dizer, não é diferente na França, em Inglaterra, etc. Ao contrário do que acontece com os políticos que nos governam...
E o famoso acordo ortográfico é outra coisa que não consigo ‘digerir’. Então, fomos nós que ensinámos a nossa língua aos brasileiros e agora vamos copiá-los? Permito-me repetir uma frase que há tempos ouvi a Luiz Felipe Scolari: «E, então, o burro sou eu»?
* carta publicada no semanário “Sol” de 24 de Maio de 2008
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