1. O texto do acordo mantém a eliminação do h interior como até aqui, mas não prevê eliminar o h inicial nas palavras. Pelo contrário, regista taxativamente: haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor.
A ideia de que o h inicial vai cair no novo acordo é uma consequência de o húmido ser diferente em Portugal do úmido no Brasil; e, então, como os detractores dizem que no novo acordo cedemos muito ao Brasil, as pessoas receosas com os pretensos malefícios propalados pensam que o h inicial irá sistematicamente desaparecer. Ora eu julgo que até o nosso húmido se manterá, como variante do português europeu.
Talvez este símbolo h, hoje sem qualquer valor nestas palavras, venha a cair no futuro. Por agora, o novo acordo, só com um objectivo fraco de unir a ortografia da comum língua mexe pouco na etimologia (excepto nas consoantes não articuladas quer na nossa pronúncia, quer na do Brasil, há muito abandonadas na grafia por este país, aliás com o nosso acordo em 1931).
2. Só pode passar a escrever no novo acordo quando este entrar oficialmente em vigor no nosso país. Pode ir formando os alunos nas diferenças, com tolerância nas confusões (sublinhando com outra cor as grafias segundo o novo acordo, erros na actual norma).
3. Sete países assinaram o acordo. Os mesmos sete concordaram que bastariam três assinarem para que neles o acordo pudesse vigorar, mas teriam de ratificar esse protocolo modificativo (o inicial obrigava à assinatura de todos). Nessa altura (2004), Timor entrou no acordo. Presentemente, já três ratificaram o protocolo e poderão pôr o acordo em vigor nos seus países. Portugal está em vias de o ratificar também no Parlamento, após decisão positiva do Governo.
Sublinha-se que os detractores vêm a terreno paladinamente defender os interesses dos países que não ratificaram ainda o protocolo, ignorando que a assinatura de quem ratifica não obriga os outros a seguirem-nos na ortografia que presentemente adoptam. O Brasil pensa avançar em força já em 2009. Portugal estará a escrever oficialmente no novo acordo daqui a seis anos. Os restantes países de língua oficial portuguesa adoptarão o novo acordo quando e se o entenderem. Cabo Verde e São Tomé de certeza, os restantes muito provavelmente.